Ultimamente temos visto muitas continuações desnecessárias. Esta é uma delas. Aliás, não apenas desnecessária, mas eu definitivamente não botava a menor fé nela, por mais que Meu Malvado Favorito seja maior legal. Felizmente, apesar de ser indubitavelmente um longa desnecessário feito apenas para vender mais brinquedos, o que temos aqui é uma engraçadíssima e divertidíssima comédia.
Depois do primeiro filme, Gru não é mais um vilão. Agora ele é pai das três menininhas fofas em tempo integral. Porém, a Liga Anti-Vilões está de olho nele, pois eles estão sabendo de um plano maligno que usará um soro capaz de transformar bichinhos meigos em máquinas de matar. O problema é que eles não sabem quem colocará o plano em prática e querem a experiência de Gru como vilão para encontrar o criminoso.
UM VILÃO BONZINHO
O que tornou o primeiro filme tão legal era justamente o fato de seu protagonista ser um cara malvado, e vê-lo se afeiçoando aos poucos às menininhas que viria a adotar. É exatamente isso o que torna esta continuação tão desnecessária, pois o arco dramático está totalmente completo. Gru já se tornou uma pessoa melhor. Uma continuação eliminaria a evolução pela qual o personagem passou no primeiro filme, ou então simplesmente não mostraria o protagonista como o gênio do mal que nos arrancou gargalhadas na primeira parte. Dito e feito.
O Gru de Meu Malvado Favorito 2 não tem absolutamente nada de gênio do mal. Ele é um típico protagonista bonzinho, que se importa com suas filhinhas e que quer uma vida tranquila. Assim, temos um filme que poderia ter qualquer outro nome. Aliás, deveria ter qualquer outro nome, pois o Gru que vemos aqui não é nem malvado nem despicable. Felizmente, temos os minions e as menininhas, que carregam o filme nas costas.
FOFURA NO NÍVEL 11
Sem exagero, eu passei a projeção inteira sorrindo. E embora tenhamos boas piadas no roteiro, eu diria que a maior parte dos sorrisos, risadas e gargalhadas arrancados foi devido ao nível absurdo de fofura de cada plano. Muitas vezes, não é nem uma piada em si, mas é tão bonitinho que não dá para não sorrir, como quando as meninas saem da tela e voltam correndo para abraçar o Gru. A pequerrucha Agnes continua a personagem mais fofa desde a Boo de Monstros S.A., embora ela perca muito de sua fofura na dublagem brasileira.
Mas quem rouba mesmo o filme e as gargalhadas, como você já deve imaginar, são os minions. Aliás, eu senti uma tremenda influência de LittleBigPlanet neles. Afinal, eles são todos parecidos e bonitinhos, mas são altamente customizáveis e ficam ainda mais engraçados com suas muitas roupinhas. Quando eles aparecem vestidos de Village People ficou difícil não querer um bonequinho deles para enfeitar meu escritório. Aliás, vale destaque para as duas músicas que eles cantam no final, até porque eu adoro quando personagens que não falam cantam. Por falar nisso, aproveite e curta o Kenny cantando Con Te Partiro.
Também não posso deixar de comentar da excelência visual do filme. O design é simplesmente esplendoroso e a animação por si só é responsável por muitas piadas que nem no roteiro estavam, arrancando sorrisos simplesmente pelos trejeitos faciais e corporais dos personagens.
Assim como no primeiro, caso você opte por assistir em 3D, o momento com mais efeitos acontece durante os créditos. É bem curtinho, mas é divertido e perde totalmente o sentido em 2D.
Diante de tanta diversão, fofura e visual, eu até tentei, mas não consegui achar um motivo justo para negar o Selo Delfiano Supremo a Meu Malvado Favorito 2. Dois filmes, dois Selos. Existem cineastas que não conseguem este tipo de honraria em uma carreira inteira. Mas não tem jeito, temos aqui um fortíssimo candidato a um dos melhores filmes do ano, e sem dúvida nenhuma já é o mais divertido.
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